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O QI GONG PARA RELAXAR E CONTROLAR SUA ENERGIA VITAL: INÚMEROS BENEFÍCIOS

A origem do qigong, nascido na China e recentemente surgido no Ocidente, está perdida nas brumas do tempo. Uma verdadeira arte de viver, a prática do Qi Gong, com seus movimentos lentos e exercícios de respiração, harmoniza a mente, as emoções e o corpo: tudo para alcançar um equilíbrio sutil entre saúde e bem-estar!

Na medicina chinesa, “Qi” é energia, e “Gong” significa disciplina.  Ou seja, o nome diz quase tudo. Essa técnica também é chamada de yoga chinesa, o Qi Gong é uma técnica de relaxamento chinesa ancestral, e no passado ela era ensinada por monges.

QI GONG: UMA “DANÇA” LENTA PARA ACALMAR, REGULAR, TONIFICAR E FORTALECER O CORPO

Essa ginástica da saúde, no sentido energético do termo, é composta por uma série de movimentos muito lentos, que se baseiam no trabalho respiratório e  na flexibilidade.

Apreciado diariamente por milhões de chineses, o Qi Gong (pronuncia-se “tchi kong”) surgiu na Europa no final do século passado. Agora, todos podem descobrir a prática e, acima de tudo, desfrutar de seus benefícios para o corpo e a mente.

A disciplina é baseada em concentração, exercícios respiratórios, movimentos dinâmicos e posturas. Derivado do Tao Yan Fa, um método taoísta para monges e eremitas – que o praticavam por até seis horas por dia – o Qi Gong está atraindo cada vez mais ocidentais. Não à toa, pois garante concentração, tranquilidade, calma e relaxamento.

HARMONIA ENTRE CORPO E MENTE

Ao melhorar o equilíbrio interno, essa prática obviamente também influencia na saúde física. Primeiro, porque os dois estão ligados, mas também porque os movimentos do Qi Gong permitem que todo o corpo se mova. No entanto, os movimentos trabalham diretamente nos meridianos (esses grandes canais de energia que atravessam o corpo). As articulações e órgãos, restaurando o fluxo de energia dos pés para a cabeça.

A nível físico, os exercícios suavizam as articulações, dispersam a dor e mantêm o tônus muscular. Eles também estimulam a irrigação e oxigenação dos tecidos, regulam a função cardiovascular e todo o metabolismo e fortalecem as defesas naturais do corpo.

QI-GONG INICIANTE OU AVANÇADO CONTRA O ESTRESSE!

Praticado regularmente e criteriosamente utilizado, é um aliado na escolha para o combate ao estresse, fadiga, ansiedade ou estados depressivos, distúrbios do sono, timidez ou distúrbios psicossomáticos. Ele também se mostrou muito eficaz diante de outros tipos de agitação mental.

De fato, a mobilização suave de certas articulações promove a autocura. Portanto, não é surpreendente que cada vez mais naturopatas, fisioterapeutas, osteopatas e acupunturistas apreciem e recomendem as soluções simples oferecidas por esta prática!

Para a maioria de nós, no entanto, o maior interesse de tal ginástica é da ordem da Saúde preventiva. Seu objetivo é portanto: promover a boa circulação de energia vital por todo o corpo, sem obstáculos ou bloqueios.

Agora se você quer aprender a Meditar, para somente depois aprender a arte do QI GONG, eu sugiro o nosso Treinamento “MEDITAÇÃO FUNDAMENTAL”, feito sobre medida para você.

Auricy T.

MEDITAR

Meditação. Por que criar um hábito é tão difícil?

Algumas pessoas aspiram a uma vida interior mais serena.

• Elas sabem que a meditação poderia ajudá-las.
• Elas estão ávidas por conselhos sobre como fazer a meditação facilmente.

Mas muitas pessoas procrastinam ou desistem rapidamente. Você já se perguntou por quê?

Ao contrário do que se possa pensar, não se trata de uma questão de força de vontade. Também não se trata de capacidade. É mais sutil do que isso…

Eu explico:

1. A Satisfação antes da Ação:
Quando descobrimos um vídeo, um livro ou um artigo que explica como superar uma dificuldade, sentimos uma forma de satisfação. Como se uma parte de nós já tivesse resolvido o problema, mesmo que ainda não tenhamos feito nada. E esse mecanismo pode bloquear suas iniciativas pela raiz!

É um pouco como se seu cérebro estivesse dizendo: “OK, eu tenho a solução, está feito, próximo caso!”

2. Onde, o quê, como?
Se você superar o primeiro bloqueio, você será confrontado com outra resistência que pode ser resumida em 3 perguntas:

• Onde e quando vou fazer?
• O que exatamente eu preciso fazer?
• Como eu vou chegar lá?

E basta a ausência de uma resposta à essas perguntas para você desistir inconscientemente antes de começar.

3. Confusão:
Seu cérebro é um órgão preguiçoso por natureza!

E muitos de seus automatismos inconscientes são semelhantes a sistemas de economia de energia. Portanto, se a sua intenção não se transformar em ação:

Provavelmente porque a sua intenção permaneceu imprecisa e vaga, o que dificulta a compreensão do seu cérebro, que sempre preferirá deixar essa intenção de lado.

Então, se você já sabe que a meditação te faria bem,

• Se você deseja ter uma rotina meditativa saudável e estável,
• Se você deseja meditar diariamente sem se forçar,
• Mas que você prefere ser guiado de A a Z!

Então eu preparei um plano de ação fácil de seguir para você:

Você terá todos os exercícios, apoio em cada passo e um método rápido para implementar para criar um ritual de meditação que se parece com você desde da próxima semana.

Além disso, eu preparei um feedback preciso para você após cada sessão para ajudá-lo a superar facilmente os bloqueios que a maioria das pessoas encontra.

Está tudo aqui!!!

É só CLICAR AQUI e você terá acesso ao Programa Completo!

Auricy T.

UMA REVOLUÇÃO INTERIOR

“UMA REVOLUÇÃO INTERIOR” é um guia abrangente, baseado na física quântica e na ciência, ele explora o fascinante mundo da epigenética, física quântica e espiritualidade. Nele, você aprenderá:

– Como sua percepção influencia a expressão dos seus genes.

– O papel dos sinais externos na interação com o seu DNA.

– Por que a consciência e a espiritualidade são fundamentais para a regulação da vida.

– Estratégias práticas para mudar sua forma de viver e pensar, transformando completamente sua saúde.

BENEFÍCIOS DO EBOOK:

– Empoderamento: Descubra que você sempre foi um mestre no controle das características dos seus genes.

– Transformação: Aprenda a transformar sua saúde através da mudança da sua mente e estilo de vida.

– Libertação: Liberte-se da visão convencional de que os genes e o ambiente determinam seu destino.

Chegou a hora de começar sua jornada rumo à transformação da saúde e bem-estar. Adquira agora mesmo o e-book “UMA REVOLUÇÃO INTERIOR” e descubra o poder da sua mente para mudar sua vida!

A INFLUÊNCIA DAS DROGAS EM NOSSOS GENES

Todas as drogas – álcool, nicotina, cocaína, THC, etc. – exercem múltiplos efeitos no cérebro, ligando-se a receptores específicos na superfície de certos neurônios. Mas eles têm uma coisa em comum: a capacidade de aumentar os efeitos de um neurotransmissor específico, a dopamina, envolvido nos circuitos de recompensa cerebrais. No curto prazo, os efeitos psicológicos variam muito dependendo da droga, como intoxicação ou excitação. Então, estas substâncias também têm efeitos a longo prazo nas redes neuronais, em particular modificando a expressão de genes nos neurónios. Todas estas mudanças duradouras estão subjacentes aos fenómenos de dependência (também denominado “vício”).

COMO SE DESENVOLVE A DEPENDÊNCIA DE DROGAS?

Em qualquer neurônio, a expressão dos genes é modulada por sua atividade elétrica e pelos neurotransmissores que atuam sobre ele. Esta adaptação é necessária para o estabelecimento e persistência de mudanças duradouras na eficácia das sinapses – os pontos de comunicação entre os neurónios onde atuam os neurotransmissores – que estão na base da aprendizagem e da memorização, bem como dos fenómenos de dependência. Mas a atividade elétrica, os neurotransmissores e as drogas também têm ação no DNA dos neurônios: a expressão dos genes de qualquer célula, inclusive dos neurônios, varia de acordo com seu grau de atividade ou estimulação. Quais são os mecanismos que regulam a expressão genética de maneira tão precisa e responsiva?

PROTEÍNAS QUE SE ASSOCIAM AO DNA

Os mecanismos que regulam a expressão genética envolvem proteínas que se associam ao DNA. Alguns são fatores de transcrição, que promovem ou, pelo contrário, bloqueiam a transcrição de certos genes em particular, ou seja, a sua transcrição em moléculas de RNA mensageiro. Quando o RNA mensageiro sai do núcleo, ele se liga a complexos de RNA e proteínas chamados “ribossomos”, que o traduzem em proteína. Assim, o nível de expressão dos genes ativados (ou não) controla a abundância de cada proteína na célula. Um aspecto muito importante desta regulação da expressão genética diz respeito à forma como o DNA é armazenado no núcleo – 2 metros de DNA são cuidadosamente dobrados no núcleo de cada uma das nossas células, mas invisíveis a olho nu.

Na verdade, o DNA está enrolado em pequenas bolas de proteínas chamadas “histonas”. O enrolamento mais ou menos rígido determina a acessibilidade do DNA aos fatores de transcrição e a facilidade com que os genes são transcritos. No entanto, as histonas podem transportar várias modificações químicas, tais como fosforilação, metilação ou acetilação, que apertam ou afrouxam a bobina do DNA, e recrutam proteínas importantes para a transcrição, que reconhecem especificamente algumas destas modificações. Além disso, sabemos que os neurotransmissores, a dopamina ou a serotonina, ligam-se a uma determinada histona e contribuem para a regulação da expressão genética nos neurónios. Mas isto também envolve modificações químicas diretas do próprio DNA. Por exemplo, nos chamados genes “silenciosos” (que não são traduzidos em proteínas), uma das quatro bases que formam o DNA, a citosina, transporta frequentemente um grupo químico denominado “grupo metilo”. Referimo-nos a todas as transformações químicas do DNA e das histonas sob o nome de “modificações epigenéticas”, porque acompanham notavelmente a diferenciação das células durante o desenvolvimento do embrião.

MÚLTIPLAS REGULAÇÕES DA EXPRESSÃO GENÉTICA

Drogas viciantes, como a cocaína, atuam em todos esses níveis de regulação da expressão genética, e não apenas através da “Dopaminilação”. Primeiro, elas sequestram a função do circuito de recompensa do cérebro, aumentando artificialmente a concentração de dopamina, o que modifica expressão genética ligando-se aos seus receptores e ativando vias de sinalização intracelular. Os efeitos persistentes induzidos em laboratório em ratos por uma injeção de cocaína requerem alterações na expressão genética. Na verdade, a cocaína provoca a rápida ativação dos chamados genes “imediatos”, que codificam fatores de transcrição, que por sua vez modulam a expressão de outros genes. Ao mesmo tempo, surgem modificações químicas nas histonas (fosforilação, acetilação, metilação) e metilação do DNA, que também contribuem para a regulação da expressão genética. Assim, a investigação atual visa determinar se estas modificações “epigenéticas” persistem muito tempo após a exposição à droga e como contribuem para as mudanças comportamentais associadas à dependência ou abstinência. Mas ainda os pesquisadores não temos todas as respostas…


REFERÊNCIAS

E. Lepack et al.Dopaminylation of histone H3 in ventral tegmental area regulates cocaine seekingScience, vol. 368, pp. 197-201, 2020.

J.-A. Girault, Epigenetic tinkering with neurotransmittersScience, vol. 368, pp. 134-135, 2020.

A. Farrelly et al.Histone serotonylation is a permissive modification that enhances TFIID binding to H3K4me3Nature, vol. 567, pp. 535-539, 2019.

OS EVENTOS EXTREMOS CHEGARAM PARA FICAR, NÃO APENAS NO RIO GRANDE DO SUL!

O Rio Grande do Sul foi novamente vítima de efeitos calamitosos causados por eventos climáticos extremos. Quatro eventos destruidores em pouco mais de seis meses. O último fenômeno devastador – maio 2024 – foi violentamente incomum. Registrou índices de precipitações jamais constatados desde que há medidas. Causou numerosos mortos e desaparecidos, sofrimento a milhares de desabrigados e desalojados, perda de patrimônio, danos materiais à população, indústria, agricultura, infraestruturas, serviços públicos e privados, saúde, educação e aos ecossistemas rurais e urbanos de modo sem precedentes.

O ano de 2023 foi o mais quente que o planeta conheceu, entre centenas, para não dizer milhares de anos, segundo a Nasa. Nosso futuro será inevitavelmente desastroso sem ações drásticas que alterem o curso da desregulação ecológica. O que ocorre no Rio Grande do Sul – e alhures – será um aperitivo se não forem tomadas ações urgentes e ambiciosas destinadas a proteger a população e os meios naturais; ou mais precisamente, as condições de habitabilidade dos viventes, humanos e não-humanos que convivem sobre a face da Terra. Por ora, as chamadas transições ecológica e energética seguem sendo uma falácia diante da urgência.

OS VETORES DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Sem serem especialistas, as vítimas gaúchas puderam constatar que os quatro vetores que caracterizam as mudanças climáticas estiveram presentes nas tragédias do Rio Grande do Sul: ocorrem com maior frequência, são mais intensos, duram mais tempo e são mais extensos territorialmente. No entanto, esses fenômenos sempre existiram, mas não se manifestavam como atualmente e cuja tendencia futura é de se agravar progressivamente. Os mesmos quatro vetores podem ser constatados no caso de secas, canículas, incêndios, vendavais, ciclones, furações e não apenas no tocante a inundações e chuvas torrenciais.

De excepcionais, esses fenômenos estão se transformando em permanentes. Porém, com um sério agravante: chegaram para ficar e vão se repetir. Eles não mais batem à nossa porta, mas já adentraram à antessala. Cada região do planeta está sendo afetada por eventos extremos diferentes. Umas regiões serão atingidas por ciclones, outras por aumento da temperatura, secas, incêndios, inundações, alcançando níveis de degradação sem precedentes. Outras serão mais vulneráveis do que outras, talvez seja o caso do Rio Grande do Sul.

DESASTRES CLIMÁTICOS ESTÃO POR TODA PARTE

Os gaúchos não estão sós nessa tragédia. Nas últimas semanas, tempestades assolaram a África do Leste: 188 mortes no Quénia, 155 na Tanzânia, 28.000 famílias deslocadas na República Democrática do Congo, 2.000 no Burundi. Na China, as chuvas afetaram Guangdong, província mais numerosa com 127 milhões de habitantes. Em meados de abril, chuvas e vendavais atingiram Omã, Emirados Árabes Unidos e outros países do Golfo Pérsico.  Agora, em maio o Afeganistão, para não se estender às demais calamidades que afetam o planeta.

Os eventos climáticos extremos que assistimos em várias regiões do planeta não são resultantes das emissões de gases de efeito estufa (GEE) que foram lançadas recentemente na atmosfera. Há uma inercia entre o lançamento dos GEE e seus efeitos. Na realidade, os eventos atuais são consequência dos GEE lançados e acumulados na atmosfera durante os últimos 20 ou mais anos. Em outros termos, os eventos extremos futuros já estão determinados pelos GEE que emitimos presentemente. Se fosse possível, por um passe de mágica, suprimir, hoje, todas as emissões de GEE do planeta, reduzi-las a zero, o aumento da temperatura do planeta seguirá sua trajetória ascendente durante as próximas décadas. Por essa razão, os eventos climáticos extremos chegaram para ficar e somente podem se agravar. A tendencia futura será ao agravamento, se não houver corte radical do consumo de energias fósseis. Tanto mais que, a sociedade termo industrial – da qual apenas uma parte da humanidade se beneficia – nunca consumiu tanta energia fóssil como 2023, apesar de todas as advertências lançadas durante quatro décadas. Isso significa que o Rio Grande do Sul deverá conhecer novas catástrofes climáticas no curso dos próximos anos e decênios. Não há como fugir a essa realidade que não depende somente de ações locais e regionais, mas sobretudo globais.

A DESREGULAÇÃO AMBIENTAL NÃO É ESPONTÂNEA

O aquecimento global – e sua consequência, a mudança climática -, não é um fenômeno isolado, único. Trata-se de um componente de algo muito mais vasto: a desregulação ecológica do planeta. Estamos a caminho de novo equilíbrio ecológico do qual não temos a menor ideia como será. A desregulação é composta de outros fenômenos não menos graves tais como: perda de biodiversidade vegetal e animal; esgotamento de recursos naturais não-renováveis; poluição dos meios naturais (água, ar, solos…). Trata-se de fenômenos que engendram outros.

O aquecimento global não é um fenômeno espontâneo. Trata-se de transformação forjada pelo nosso modo de organização social e de produção e consumo de bens e serviços da sociedade termo industrial – iniciada com Watt ao construir um conversor energético a carvão, em 1777, a máquina a vapor, primeiro engenho capaz de transformar energia térmica em mecânica em grande escala.

O aquecimento global não é algo incerto e não sabido. Trata-se de fenômeno medido diariamente e cujas previsões – feitas há quatro décadas – estão se realizando de modo mais acentuado do que se imaginou inicialmente.

O aumento da temperatura média do planeta pelos GEE aumenta a evaporação da água; em consequência, aumenta a humidade na atmosfera, fenômeno que causa chuvas mais abundantes. A quantidade de água na Terra resta sempre a mesma, porém, o que altera são as proporções entre estado sólido, líquido e gasoso. Estima-se que a elevação de 1°C na temperatura média do planeta se traduz por um aumento de 7% na umidade atmosférica. Nos últimos 50 anos, a temperatura da Terra elevou-se em torno de 1°C. Conter a temperatura média do planeta em 1,5ºC no final do século é hoje uma quimera.

HÁ AÇÕES POSSÍVEIS PARA CONTER A MUDANÇA DO CLIMA

Grosso modo, há duas ações urgentes possíveis para se conter os efeitos do aquecimento global se pretendemos preservar as formas de vida existentes no planeta: atenuação (mitigação) e adaptação. Ambas as ações devem ser conjugadas nas esferas global, regional e local para serem efetivas. Não dependerá apenas dos esforços dos gaúchos e demais vítimas dos quatro quadrantes.

A primeira, atenuação, significa redução drástica das emissões de GEE, particularmente as derivadas do consumo de energias fósseis. Ou seja, reduzir ao máximo o uso de combustíveis fósseis, reduzir o consumo de proteínas animais, reduzir a mobilidade, reduzir produção e consumo, o desmatamento, as queimadas; igualmente abolir a monocultura, reflorestar, revegetalizar áreas urbanas, recuperar ecossistemas (florestas, savanas, zonas úmidas, etc.), aproximar produção do consumo… São ações de caráter global, regional e local. Os resultados da atenuação serão perceptíveis a mais longo prazo, não imediatamente.

A segunda, adaptação, demanda obras importantes de infraestrutura de contenção de enchentes, deslizamentos, diques, ou reflorestamento de bacias hidrográficas para reter água, ordenamento do território, etc. Os investimentos serão colossais. Ao definir programas de adaptação, é necessário determinar para qual nível de aumento da temperatura média será necessário se adaptar: 2ºC, 2,5ºC, 3,2ºC… Quanto mais elevadas serão as temperaturas para as quais deveremos nos adaptar, maiores serão os investimentos; tudo dependendo da condição local, regional e global; o aquecimento não é uniforme para todas regiões e os eventos também são distintos. Os resultados serão mais imediatos, porém, caros, paliativos e exequíveis no âmbito local e regional.

O FUTURO NÃO PODE SER O PROLONGAMENTO DO PRESENTE

Porém, atenuar e adaptar são medidas que entram em colisão com a ideologia do crescimento econômico em mundo finito. Reduzir pela metade o consumo de energia primária fóssil, até meados do século, significa retração do funcionamento do aparato de máquinas que se movem graças ao carbono fóssil, em 85% dos casos. Não se trata, aqui, de recessão econômica clássica, mas de retração de fluxos físicos de matérias primas bióticas, abióticas, substratos dos processos de produção e consumo. A transição energética, por exemplo, é um fenômeno que não se supera em alguns decênios. Basta constatar que a humanidade consome anualmente 12 bilhões de toneladas de energias fósseis. Não há como suprimi-las sem causar ruptura no modo de vida e na organização da sociedade fóssil que, hoje, beneficia em torno de 30% da humanidade de maneira extremamente desigual. Além do mais, tal como é constituída, ela não tem condições de se estender à parte restante, a população excluída.

O futuro não será o prolongamento do presente, não será uma simples questão de alterar infraestruturas, eletrificar processos produtivos, de mobilidade, de substituição de energias fósseis por energias renováveis. Trata-se de mudança cultural, civilizatória.


Tomás Togni Tarquinio Formado em Antropologia e Prospectiva Ambiental na França. Desde 1977, trabalhou em diversas instituições francesas e europeias pioneiras sobre: energia, ecologia política, meio ambiente, decrescimento e colapso da sociedade termo industrial. Foi Secretário do Governo do Amapá, por ocasião da execução do pioneiro Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA); trabalhou no MMA e Senado. Trabalhou em alguns países da América Latina e Europa.

O BOMBEAMENTO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS IMPACTA A INCLINAÇÃO DA TERRA

A exploração massiva das águas subterrâneas causou uma mudança significativa na inclinação da Terra. Um estudo recente publicado na revista Geophysical Research Letters revela que o movimento dessas massas de água fez com que o polo rotacional da Terra se movesse cerca de 80 centímetros para leste entre 1993 e 2010.

O bombeamento maciço de águas subterrâneas não só contribui para o aumento das águas do mar, mas também impacta o eixo de rotação da Terra. Essas descobertas podem ter implicações importantes para a nossa compreensão das alterações climáticas e dos seus efeitos na Terra.

A MUDANÇA OBSERVADA NA INCLINAÇÃO SE DEVE À REDISTRIBUIÇÃO DE 2.150 GIGATONELADAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEA

O estudo, liderado por Ki-Weon Seo, geofísico da Universidade Nacional de Seul, examinou o impacto da mudança das águas subterrâneas no polo rotacional da Terra. O movimento do polo é um processo denominado “movimento polar”, que se refere à variação na posição do polo giratório em relação à crosta terrestre. O peso da água redistribuída modifica a distribuição da massa no planeta e assim influencia a forma como a Terra gira, como um pião cuja rotação é afetada pela adição de um pequeno peso. De acordo com Ki-Weon Seo, “entre as causas relacionadas com o clima, a redistribuição das águas subterrâneas tem, na verdade, o maior impacto na deriva do polo rotacional”.

Este estudo permitiu quantificar pela primeira vez o impacto da exploração das águas subterrâneas na inclinação da Terra. Os pesquisadores usaram modelos para observar mudanças na deriva dos polos rotacionais e no movimento da água, considerando apenas mantos de gelo e geleiras, incorporando então diferentes cenários de redistribuição das águas subterrâneas. Somente quando o modelo incorporou uma redistribuição de 2.150 gigatoneladas de água subterrânea que ele foi capaz de corresponder à deriva polar observada. Sem isso, o modelo foi compensado em 78,5 centímetros, ou 4,3 centímetros de desvio por ano.

AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS FORAM MAIS REDISTRIBUÍDAS NA AMÉRICA DO NORTE E NA ÍNDIA

 A localização das águas subterrâneas também desempenha um papel importante. Por exemplo, a redistribuição da água das latitudes médias tem um impacto maior no polo de rotação. Durante o período do estudo, a redistribuição da água foi maior no oeste da América do Norte e no noroeste da Índia.

Ki-Weon Seo conclui expressando tanto a sua admiração científica como a sua preocupação ambiental: “Como pai e morador da Terra, estou preocupado e surpreso ao ver que a exploração das águas subterrâneas é outra fonte de aumento do nível do mar”.