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REIKI: A CURA EM SUAS MÃOS

A arte de curar apenas com a imposição das mãos provavelmente sempre existiu. O que antes foi por muito tempo secreto, escondido ou reservado aos iniciados, é agora, graças ao Reiki, acessível a todos. Sim, você leu certo: a todos!

Um método de cura holístico e natural por excelência, o Reiki é simplesmente sobre canalizar e depois transmitir energia vital. Que, por definição, está em toda parte.

Se esta forma de cura chegou até nós, foi graças a Mikao Usui, professor de teologia que viveu no Japão no final do século 19. Após um desafio lançado por um de seus alunos, ele dedicou a maior parte de sua vida à buscar as chaves para a cura. Foi assim que ele redescobriu, e acima de tudo deu a conhecer, o sistema de cura natural chamado Reiki. Que, no Império do Sol Nascente, significa “Força Universal de Vida“.

Muito simples e imediatamente eficaz, esta prática também é muito agradável, uma vez que a passagem de energia através das mãos é muitas vezes percebida como um calor suave.

REIKI: TODO MUNDO ADORA, ATÉ OS ANIMAIS

Para poder compartilhar o Reiki, no entanto, é necessário receber uma iniciação preciosa, no sentido etimológico da palavra. Ou seja, se trata de uma transmissão de energia que nunca foi interrompida desde Mikao Usui. É o que então permite que você “conecte-se”, ou esteja conectado quantas vezes e o quanto quiser à energia do Reiki, e depois redistribuí-la através de diferentes posições de mão, para a pessoa, o animal ou até mesmo a planta que precisa dela.

E os seres que recebem essa energia, eles então a usarão o quanto quiserem, independentemente da vontade do transmissor. Este último, quando desempenha bem o seu papel, contenta-se em ser apenas um canal, e não faz nenhuma tentativa de dirigir ou controlar as operações.

Dotada de infinita sabedoria, a energia do Reiki atua sempre para o bem maior da pessoa a ser tratada. Eficaz a nível físico, ela atua também a nível emocional e espiritual, sempre de acordo com as necessidades do receptor.

Se, externamente, o tratamento consiste em colocar as mãos em diferentes partes do corpo do receptor, que permanece vestido, e deixa a energia fluir livremente, o Reiki é muito mais do que uma simples técnica de cura: quanto mais você o pratica, mais ele o convida a abrir seu coração, o que o torna uma verdadeira meditação para alguns.

AUTO TRATAMENTO: O GRANDE PRESENTE DO REIKI

Sua grande originalidade, que é também sua grande força, é que o Reiki pode ser invocado e direcionado tanto para si mesmo quanto para os outros. O auto tratamento, e com ele a capacidade de literalmente assumir o controle de si mesmo, é um dos maiores presentes do Reiki.

OS 5 IDEAIS DO REIKI

Ainda mais se ele for acompanhado de uma compreensão e acima de tudo da implementação dos 5 ideais do Reiki, que fazem parte integrante do tratamento. Úteis para todas as pessoas, com ou sem iniciação, aqui estão eles:

  1. Só por hoje, não se irrite.
  2. Só por hoje, não se preocupe.
  3. Honre seus Mestres, pais e antepassados, seja grato por todas as bênçãos diárias que são concedidas a você.
  4. Ganhe a vida com trabalho honesto.
  5. Reconheça a vida em todas as suas manifestações.

Interessante tanto sozinho como complemento de outros tratamentos, o Reiki também é fortemente recomendado como medida preventiva, para manter a forma, para recarregar as baterias e para o prazer de se sentir vivendo cada vez mais intensamente.

Melhor forma física, equilíbrio emocional mais estável, alegria de viver ainda maior, tudo isso te tenta?

Pois você pode dar início à tudo isso com a prática do Reiki. E há duas maneiras de experimentá-lo: obter um ou mais tratamentos de Reiki e, se lhe convier, aprender a praticá-lo você mesmo: há apenas alegrias em jogo.

Agora, se você tem dúvidas … tipo …

O REIKI É UMA SEITA?

Não, porque, por definição, a energia da vida está em toda parte, e não pertence a ninguém em particular. Todos, por outro lado, podem se beneficiar disso, independentemente de sua religião, crenças ou estilo de vida.

QUALQUER PESSOA PODE REALMENTE TRANSMITIR O REIKI?

Desde que você tenha recebido a iniciação que lhe permite canalizá-lo, sim, é claro. Acima de tudo, essa iniciação nos permite despertar a memória, a capacidade de “conectar” com a fonte e deixá-la fluir, pelo tempo e pela maior quantidade de tempo que for necessário.

No entanto, é preciso, como em tudo, usar a faculdade de discernimento! Como é relativamente simples e rápido aprender a praticar Reiki, algumas pessoas não hesitam em se proclamar “terapeutas” quando, na realidade, são apenas praticantes iniciantes… Isso pode causar danos consideráveis, tanto para a pessoa aberta que quer saber mais, quanto para a reputação desta magnífica arte. Reiki sempre será Reiki, mas a qualidade do “canal” é realmente importante.

Nosso conselho é que se você decidir receber esta iniciação – uma palavra que é plenamente justificada no sentido etimológico do termo, uma vez que é realmente uma transmissão através da experiência – certifique-se de fazê-lo com um mestre que lhe oferece o Reiki como nos foi dado por Usui Sensei.

Ou também, se puder, dê-se ao luxo de esperar até encontrar um professor com quem você se sinta realmente bem, confortável e na mesma frequência energética, pois assim, você aproveitará essas descobertas maravilhosas de uma forma ainda melhor.

O CORAÇÃO TEM CÉREBRO …E ISSO NÃO É UMA METÁFORA!

Quando falamos que o coração tem cérebro, muitos podem pensar que estamos usando uma figura de linguagem para expressar a complexidade das emoções humanas.

O CORAÇÃO TEM CÉREBRO: UMA REALIDADE SURPREENDENTE

No entanto, essa afirmação vai muito além de uma simples metáfora. A ciência moderna tem revelado que o coração possui um sistema nervoso independente, tão sofisticado que é apelidado de “cérebro cardíaco”. Este sistema é composto por mais de 40 mil neurônios, neurotransmissores e células de suporte, o que confere ao coração capacidades surpreendentes.

COMUNICAÇÃO CORAÇÃO-CÉREBRO: UM DIÁLOGO DE MÃO DUPLA

Contrariamente ao que se pensava no passado, o coração não é apenas um receptor passivo de instruções do cérebro. Pesquisas recentes comprovam que o coração envia mais sinais ao cérebro do que o contrário, estabelecendo uma comunicação bidirecional e dinâmica. Essa interação contínua influencia a função de ambos os órgãos, afetando não apenas a saúde cardiovascular, mas também a saúde mental.

EMOÇÕES E SAÚDE: A INFLUÊNCIA DO CORAÇÃO

As emoções exercem um impacto significativo na saúde do coração. Sentimentos intensos como raiva ou tristeza podem aumentar consideravelmente o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, existe uma forte correlação entre distúrbios emocionais, como depressão e ansiedade, e doenças cardíacas. Pessoas que sofrem dessas condições tendem a ter uma expectativa de vida menor em comparação com aquelas que são mentalmente saudáveis.

O CORAÇÃO COMO ÓRGÃO INTELIGENTE

O coração é capaz de tomar decisões, aprender e até mesmo ter percepções, graças ao seu sistema nervoso autônomo. Ele pode influenciar a maneira como pensamos e percebemos a realidade, afetando diretamente nossas reações e emoções. O coração produz hormônios como a ANF, que promove o equilíbrio do corpo, e a oxitocina, conhecida como o hormônio do amor, reforçando ainda mais sua influência sobre o nosso bem-estar geral.

AS QUATRO CONEXÕES DO CORAÇÃO

Existem quatro tipos principais de conexões que partem do coração em direção ao cérebro: neurológica, bioquímica, biofísica e energética. Cada uma dessas conexões desempenha um papel vital na maneira como o coração comunica com o cérebro e o resto do corpo, influenciando desde a nossa percepção até a nossa saúde física e emocional.

O CAMPO ELETROMAGNÉTICO DO CORAÇÃO

O campo eletromagnético do coração é o mais forte de todos os órgãos do corpo, sendo 5 mil vezes mais intenso que o do cérebro. Esse campo varia conforme o estado emocional da pessoa, podendo se tornar caótico durante o medo ou o estresse e harmonioso quando experienciamos emoções positivas. Essa energia pode ser sentida por outros ao nosso redor, afetando o ambiente em que vivemos.

ATIVANDO O CIRCUITO CEREBRAL DO CORAÇÃO

Para ativar o circuito cerebral do coração, é essencial cultivar qualidades como abertura, paciência, cooperação e coragem. A prática de pensamentos e emoções positivas é a chave para desbloquear esse potencial. Ao nos libertarmos de mecanismos primitivos como medo, desejo e instinto de dominação, podemos acessar uma inteligência superior e uma percepção mais exata da realidade.

O CORAÇÃO E A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

A medicina tradicional chinesa há muito reconhece o coração como o centro do “CHI”, um termo que engloba emoções, consciência, mente e psique. O coração é visto como o imperador do corpo humano, comandando os meridianos e influenciando a vitalidade física e mental. Essa sabedoria antiga ecoa as descobertas contemporâneas sobre a importância do coração na nossa saúde e bem-estar.

CONCLUSÃO: OUVINDO O CORAÇÃO

Aprendendo a ouvir o nosso coração, podemos experimentar mudanças significativas em nossa vida e saúde. Ao cultivar o silêncio, conectar-se com a natureza, meditar e cuidar do nosso ambiente vibracional, podemos sintonizar com a sabedoria do coração. Eu convido você a explorar essa conexão profunda e a reconhecer o coração não apenas como um órgão vital, mas como uma fonte de inteligência e consciência.

Auricy T.


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ESTE AMINOÁCIDO PODE MUDAR O SEU HUMOR… E O SEU SONO

Você já ouviu falar no aminoácido chamado triptofano?

Pois você deveria, porque os seus benefícios em nosso corpo são essenciais.

Você provavelmente já ouviu falar da serotonina e da melatonina. Mas você conhece os efeitos positivos do triptofano, aminoácido que melhora a qualidade do sono e do humor? A chave para serotonina e a melatonina

De fato, o triptofano, um aminoácido essencial para o nosso corpo, está de fato na origem da produção de serotonina, que geralmente é apelidada de hormônio da felicidade.

Da mesma forma, também está envolvido na produção do famoso hormônio do sono, a melatonina.

Basta dizer este aminoácido desempenha um papel muito importante na nossa saúde e no nosso condicionamento físico, ajudando a melhorar tanto o nosso humor quanto a qualidade do nosso sono.

Por último, mas não menos importante, é que também é graças a ele que nosso corpo produz vitamina B3. Uma vitamina que ajuda a reduzir o nosso nível de fadiga e atua no bom funcionamento do nosso metabolismo. Basta dizer que é melhor não ficar sem triptofano se você quiser se sentir em forma, positivo e dormir bem!

UM AMINOÁCIDO RARO EM NOSSO CORPO

Mas como garantir que nossos corpos não careçam desse aminoácido chave?

De acordo com a Agência Francesa de Segurança Alimentar (AFSSA), nossa exigência de triptofano é de 4 mg de triptofano por quilograma de peso corporal por dia. Faça as contas com base no seu peso para medir a sua ingestão diária pessoal.

No entanto, o triptofano, um dos nove aminoácidos chamados essenciais, continua a ser o mais raro no nosso organismo (representando apenas 1% dos aminoácidos em nosso corpo), e ele também é o mais raro em nossos pratos. O ponto positivo é que ele está presente, em pequenas quantidades, em uma grande variedade de alimentos.

EM QUAIS ALIMENTOS VOCÊ PODE ENCONTRÁ-LO?

Felizmente, a lista e bem longa. Você vai encontrá-lo em ovos, peixes e mariscos, bem como em carnes de qualquer tipo. Mas o triptofano também é encontrado em cereais e leguminosas (arroz, feijão, macarrão integral, soja, ervilhas fracionadas, etc.), bem como em sementes e oleaginosas (amêndoas, nozes, gergelim, etc.).

Em uma base diária, quanto mais você comer produtos contendo triptofano, mais serotonina e melatonina você vai produzir. Para o deleite do seu humor e sono. Por outro lado, a AFSSA contraindica claramente o consumo de suplementos alimentares deste aminoácido para pessoas em tratamento antidepressivo. Então fique atento.


REFERÊNCIAS

https://afssa.net/

FADIGA CRÔNICA: O SISTEMA IMUNOLÓGICO PODE SER O CULPADO

Fraqueza persistente, dores musculares, dificuldades de atenção, perda de memória: isso é síndrome da fadiga crônica. Ao evidenciar o envolvimento do sistema imunológico nessa síndrome, os pesquisadores finalmente estabeleceram sua origem fisiológica e não psicológica. Um ponto de inflexão na forma como os pacientes são olhados e seus cuidados.

A síndrome da fadiga crônica, ou SFC, também conhecida como encefalomielite miálgica, permanece em grande parte desconhecida. Às vezes considerada como uma simples fadiga temporária, não deixa de ser uma doença incapacitante que afeta fortemente o cotidiano das pessoas. Por várias décadas, pesquisadores e médicos têm trabalhado para identificar a causa dessa síndrome multissintomática, que geralmente ocorre após uma infecção. Agora, um novo estudo, publicado na revista Nature Communications, pode ser o mais abrangente sobre a doença até o momento. Os pesquisadores, graças a uma seleção rigorosa de pacientes, demonstraram pela primeira vez mudanças no cérebro e no sistema imunológico nesses pacientes.

A doença é caracterizada por uma infinidade de sintomas. Além da fadiga intensa e persistente, há hipersensibilidade sensorial, dores musculares, mas também perda de memória e atenção. Historicamente, os médicos muitas vezes – erroneamente – descreveram a síndrome da fadiga crônica como uma doença psicossomática, assumindo uma causa psicológica e descartando um potencial origem fisiológica.

Essa visão, durante muito tempo atrasou as pesquisas sobre o assunto. Por essa razão, os cientistas fizeram pouco progresso no desenvolvimento de diagnósticos e terapias, ou na compreensão dos mecanismos dessa doença. Atualmente, as coisas estão mudando, graças, entre outras coisas, ao surgimento de casos de Covid longa. Em cerca de 50% dos casos, teriam levado ao diagnóstico de síndrome da fadiga crônica. Esse achado parece validar a origem fisiológica da doença. Mas, apesar disso, muitas vezes a dúvida permanece: Alison Sbrana, uma mulher cronicamente cansada que participou deste estudo, disse que ficaria muito surpresa ao encontrar uma pessoa com SFC cujas preocupações não tivessem sido ignoradas em algum momento. Um dos grandes obstáculos é a identificação dos pacientes. Não há biomarcador para esta doença. E os critérios de diagnósticos não são exclusivos da SFC. Uma coisa todos concordam: a síndrome muitas vezes se manifesta como resultado de uma infecção.

UM ESTUDO INOVADOR

Avindra Nath selecionou rigorosamente os participantes para o estudo. Junto com sua equipe no National Institutes of Health, esse neurologista se concentrou em pacientes que desenvolveram a doença após uma infecção. Para participar do estudo, era necessário verificar os critérios oficiais que definem a SFC, estabelecidos por cinco médicos. Tanto que, de um grupo inicial de quase 300 pessoas, apenas 17 pacientes foram retidos. 21 voluntários saudáveis, por sua vez, constituíram o grupo controle. Esses 38 participantes foram então submetidos a uma série de testes que medem seu grau de exaustão, a integridade de suas funções cognitivas, suas sensações corporais, mas também certos parâmetros biológicos e sanguíneos.

A descoberta que surgiu foi que indivíduos cronicamente cansados ​​apresentavam sinais de… exaustão imunológica. Em algumas células de seu sistema imunológico (linfócitos T, ou “killers”, responsáveis por destruir células do corpo que foram infectadas por micróbios) havia níveis anormalmente baixos de uma proteína responsável pela atividade dessas células e sua proliferação: a proteína CD226. Em vez disso, esses linfócitos tinham altos níveis de outra proteína chamada PD1. Este último é considerado um marcador de “esgotamento do sistema imunológico” e sua presença pode indicar que a atividade das células T parou. ” O sistema imunológico se esgota, fica exausto e não consegue mais combater elementos infecciosos”, diz Katharine Seton, imunologista que estuda SFC no Instituto Quadram de Pesquisa em Doenças Humanas, Microbiota e Nutrição, na Inglaterra.

Tal situação, segundo Avindra Nath, poderia ser explicada nos casos em que uma infecção parece ter desaparecido, mas continua a funcionar “silenciosamente”, de forma discreta e sorrateira, estimulando as células imunológicas continuamente. Isso ainda precisa ser confirmado com evidências adicionais. Katharine Seton, por outro lado, levanta a hipótese de que ocorre vazamento intestinal: uma parede do intestino que não esteja suficientemente selada permitiria que bactérias do sistema digestivo passassem para a corrente sanguínea e liberassem moléculas inflamatórias que estimulariam continuamente as células imunológicas, levando à exaustão.

Na realidade, as mudanças parecem mais complexas do que isso. Estudos anteriores mostraram uma resposta imune excessiva em alguns casos de SFC. Um mecanismo autoimune no qual certas células imunológicas atacam erroneamente tecidos saudáveis do corpo, muitas vezes produzindo autoanticorpos que têm como alvo proteínas no corpo do paciente. A equipe de Avindra Nath só detectou esses autoanticorpos em uma pessoa com SFC, mas isso pode ser normal, pois excluíram participantes que tinham doenças autoimunes subjacentes. Maureen Hanson, bióloga celular e molecular da Universidade Cornell que também trabalha com SFC, embora não tenha estado diretamente envolvida no estudo, acrescenta: “É muito difícil olhar para todos os anticorpos possíveis”, então não se pode descartar a presença de tais autoanticorpos em pacientes.

Mas Nath encontrou evidências indiretas de um mecanismo autoimune, incluindo uma hiperatividade de genes de células B em mulheres com SFC. Como as células B são a fonte de autoanticorpos, é possível que essa alteração predisponha essas mulheres a reações autoimunes, disse ele. De qualquer forma, a SFC parece ter diferentes mecanismos de ação em homens e mulheres, diz Seton, o que pode ajudar a explicar por que ela é três vezes mais prevalente em mulheres do que em homens.

O CÉREBRO SE RECONFIGURA

A equipe de Avindra Nath também se propôs a descobrir o que estava acontecendo no cérebro de pessoas cronicamente fatigadas. Por exemplo, quando os pacientes são solicitados a agarrar um objeto, descobrimos que uma área de seu cérebro chamada “junção temporoparietal direita” é menos ativa do que em pessoas saudáveis. Esta área está envolvida na preparação das ações e, inconscientemente, antecipa seus prováveis resultados antes que elas sejam realizadas. Esta não é a primeira diferença cerebral observada em pacientes com SFC, mas é nova e, segundo o pesquisador, dissuadiria os pacientes de fazerem muito esforço. Segundo ele, isso faria sentido, porque os sintomas da doença pioram quando os pacientes se esforçam demais. Mas essa descoberta ainda é preliminar. Serão necessárias mais experiências para fortalecê-la.

É claro que, como qualquer trabalho de pesquisa, também tem suas limitações. Dado o pequeno número de participantes, os pesquisadores podem ter perdido diferenças sutis entre os pacientes e os controles saudáveis, reconhece Seton. Em seguida, Avindra Nath explica que a pandemia de Covid-19 paralisou a campanha de recrutamento. “Esperávamos inscrever pelo menos 10 ou até 20 pacientes adicionais em nosso estudo”, diz ele. Além disso, eram pessoas com formas moderadas a graves, mas pacientes acamados com SFC extrema não podiam participar devido à sua deficiência física. No entanto, esses resultados iniciais indicariam o caminho a ser seguido.

Para este especialista em neuro imunologia, trata-se agora de estudar a Covid longa. “Para mim, é a melhor maneira de ajudar os pacientes com SFC a longo prazo”, diz ele. É mais fácil reunir muitos participantes com Covid longa para um estudo, e sua doença começou após o mesmo gatilho viral, o que, segundo ele, pode ajudar a padronizar a análise. Ele já lançou alguns ensaios clínicos com imunoglobulina intravenosa, um tratamento clássico para doenças autoimunes ou várias infecções em pacientes com Covid longa. “Se esse tratamento funcionar, tenho esperança de que ele será também eficaz contra a SFC.”

Enquanto isso, Sbrana espera que o estudo aumente a conscientização sobre sua doença. Antes da publicação desses resultados, muitas pessoas – inclusive profissionais de saúde – não acreditavam na realidade da síndrome. “Consideravam que eu imaginava a minha doença quando eu tentei me tratar”, conta. Quando voltei do Centro de Pesquisa do NIH, minha experiência com o cuidado mudou radicalmente minhas relações com as pessoas ao meu redor. Na verdade, ninguém mais questionou estado de saúde de Alison depois que o instituto de pesquisa a registrou. “Infelizmente, nós éramos apenas 17 pacientes envolvidos nesse trabalho sobre a síndrome da fadiga crônica , e eu gostaria que todos os pacientes com essa síndrome fossem levados a sério, assim como eu fui”, conclui.


REFERÊNCIAS

Walitt et al.Deep phenotyping of post-infectious myalgic encephalomyelitis/chronic fatigue syndrome,Nature Communications, 2024.

CRIAR UM NOVO HÁBITO: QUANTO TEMPO LEVA?

De acordo com um equívoco comum, levaria 21 dias para criar um novo hábito, ou seja, para que um novo comportamento (por exemplo, parar de fumar, praticar esportes, limitar o tempo de tela, etc.) se tornasse parte de nossos hábitos. Mas será que esta afirmação é credível?

Assim que o sol nascer, vou colocar meu tênis e sair correndo. Fácil? No papel, sim. Mas, na prática, para criar um novo hábito, para integrar essa nova atividade em uma rotina, será preciso um mínimo de determinação, mas também de tempo. Mas quanto tempo?

De acordo com uma teoria de origem mal definida, levaria 21 dias para que uma nova prática se tornasse um hábito arraigado. Três semanas que, segundo Colin Camerer, economista comportamental do Instituto de Tecnologia da Califórnia, não pareceriam intransponíveis para alguém que faz sua resolução por ocasião do ano novo, por exemplo. Nos Estados Unidos, estima-se que 9% das pessoas tenham alcançado com sucesso as metas estabelecidas para o ano de 2023. Na França, 7% conseguiram reduzir o consumo de álcool, 11% fazer dieta e 17% passar menos tempo em frente a uma tela de computador, de acordo com uma pesquisa da Ipsos.

Na verdade, o tempo que leva para criar um novo hábito varia muito de pessoa para pessoa. A repetição é a chave de tudo, de acordo com Philippa Lally, professora sênior de psicologia e codiretora do grupo Habit Application and Theory da Universidade de Surrey, na Inglaterra. Junto com seu colega Colin Camerer, ela oferece métodos individualizados para aprender a consolidar certos comportamentos que queremos perpetuar.

De acordo com a teoria das três semanas, portanto, seriam necessários 21 dias para formar um novo hábito. Mas de onde vem esse número? Originalmente, ele foi mencionado em um livro publicado na década de 1960, chamado Psycho-Cybernetics, do cirurgião plástico Maxwell Maltz. Seu argumento? Ele havia observado que, após uma operação, seus pacientes levavam em média 21 dias para se acostumar com seu novo físico. Um resultado que Maxwell estendeu para outros campos: seria também a quantidade de tempo necessária para se acostumar com um novo lar ou para mudar suas crenças. Um número que aos poucos foi se tornando mais democrático, sem qualquer estudo estatístico que sustentasse sua precisão. Se essa teoria ainda se mantém, provavelmente é porque não é muito difícil de aceitar, de acordo com Colin Camerer. Pois ninguém consegue acreditar que leva apenas alguns dias para criar o hábito de correr todas as manhãs. E ter que esperar 12 meses para que uma prática se torne uma segunda natureza, é muito longo. No final, 21 dias é um tempo realista que parecia fazer todos concordarem!

No entanto, um estudo realizado por Philippa Lally em 2009 encontrou resultados muito diferentes. Os pesquisadores pediram a 96 voluntários que escolhessem qual dessas duas práticas queriam incorporar em suas vidas diárias: melhor hidratação ou atividade física. Os participantes foram instruídos a experimentar esse comportamento todos os dias durante 12 semanas. Resultados: os hábitos foram estabelecidos após durações muito díspares, variando de 18 a 254 dias, com um tempo médio de 66 dias, ou seja, mais de três vezes mais do que os 21 dias inicialmente propostos. E o fato de um comportamento ser repetido diariamente determinava em grande parte se ele ficaria ou não ancorado no tempo, explica a pesquisadora de psicologia.

Claro, também depende da condução que você deseja automatizar. É bem diferente querer incorporar uma nova atividade esportiva ou uma prática familiar, como beber mais água, em sua rotina diária. Em 2015, um estudo concluiu que os novos frequentadores de academias tinham que malhar pelo menos quatro vezes por semana durante um mês e meio antes que seu novo treino se tornasse rotina. Da mesma forma, Colin Camerer e seus colegas mostraram, em seu trabalho, que leva apenas algumas semanas para ter o reflexo de lavar as mãos todos os dias, mas que você tem que insistir em seis meses para tornar uma prática esportiva regular em sua vida.

Tal diferença, segundo o estudo, pode ser explicada pela complexidade e recorrência da tarefa. Geralmente temos mais oportunidade – e comodidade – de lavar as mãos do que praticar esportes. Além do esforço exigido, os pesquisadores enfatizam a importância de elementos externos que funcionam como lembretes da atividade a ser praticada (um post-it na cozinha, um alerta no celular, um compromisso semanal com um amigo, etc.).

Em segundo lugar, as resoluções de Ano Novo têm uma tendência infeliz para se esgotarem. É por isso que existem alguns truques que podem ajudá-lo a cumprir suas promessas. Uma delas é imaginar como essa nova medida pode ser implementada na prática. Por exemplo, se você quer aprender espanhol, é melhor deixar claro que deseja estudar o idioma por 20 minutos, três vezes por semana, em vez da vaga ideia de “querer aprender espanhol”. Um amigo ou um aplicativo em seu smartphone também pode ajudá-lo a manter sua força de vontade intacta. Finalmente, uma resolução que você realmente quer será mantida ao longo do tempo muito mais facilmente do que quando é tomada, porque você se sente compelido a fazê-la.

Mas como falar de motivação sem falar em recompensas?

Embora sejam importantes, Lally ressalta que as pessoas geralmente cometem o mesmo erro: se recompensam tarde demais. As pessoas que acabaram de começar a se exercitar só são recompensadas com seu desempenho da semana quando o fim de semana chega. No entanto, para se manter motivado, a recompensa deve ser obtida durante o esforço ou imediatamente após. Por exemplo, se você assiste a um filme que gosta enquanto corre em uma esteira, a recompensa do filme é associada à corrida e estimula o circuito de motivação. Esse princípio foi ilustrado em 2014 por pesquisadores que pediram aos participantes que ouvissem audiolivros – geralmente populares entre o público em geral, como Jogos Vorazes ou O Diabo Veste Prada – durante cada uma de suas sessões esportivas por nove semanas. Como resultado, essas pessoas retornaram à academia em média 51% mais frequentemente do que aquelas que não haviam sido instruídas a fazê-lo.

Phillipa Lally também aconselha associar o comportamento desejado a uma prática já bem estabelecida no dia a dia. Por exemplo, um indivíduo que vai trabalhar duas vezes por semana é bem aconselhado a planejar seus treinos no final dos dois dias. Desta forma, o seu trabalho no escritório – um comportamento que já está integrado no seu dia a dia – estará associado ao novo comportamento a automatizar: o exercício físico. Uma conexão neural é então criada entre as áreas do cérebro dedicadas à memória e à formação de hábitos. Ao repetir esses comportamentos, essa conexão se fortalece e leva a pessoa – inconscientemente – a se exercitar após sua jornada de trabalho. Esta é a base do que é conhecido como “aprendizagem por associação”.

Por fim, é importante criar um ambiente propício para a nova prática que você almeja, para criar um novo hábito. Este é o papel que as pistas visuais ao nosso redor podem desempenhar: se quisermos comer mais frutas, uma cesta cheia de diferentes variedades e destacada terá um papel facilitador. Mesmo truque quando se trata de quebrar um mau hábito. Quando você quer parar de beber, é melhor não deixar uma garrafa de vinho tinto ou uma lata de cerveja no fundo do armário na geladeira. Mas um vício grave em álcool ou drogas requer a ajuda de um especialista.

O que acontece quando você perde a consistência?

Faltar um ou dois dias da sua rotina diária pode acontecer. De acordo com Philippa Lally, as pessoas impõem a si mesmas programas muito rigorosos que exigem esforço diário e, portanto, são inatingíveis. O problema é que quando elas não cumprem seus objetivos ou estabeleceram uma meto alta – percorrer 10 quilômetros todos os dias! – elas ficam relutantes em fazê-lo novamente.

Nessas fases de desmotivação, Philippa Lally propõe-se a tentar perceber de onde vem esta falta de motivação e encontrar soluções para resolver o problema. Se, apesar de tudo, não funcionar, então você tem que adaptar a prática para que seja mais fácil de alcançar: busque um esforço menos intenso, em um ritmo mais lento e, finalmente, não hesite em revisar os objetivos para torná-los mais acessíveis. Se amarrar seus tênis e correr por alguns minutos ao longo do quarteirão parece insignificante, diga a si mesmo que não será quando você adquirir o hábito de fazê-lo regularmente.


PONTOS-CHAVE DO ARTIGO

Segundo uma lenda urbana, levaria 21 dias para formar um hábito. Essa observação já foi refutada por estudos científicos que mostram que essa duração varia muito de um indivíduo para outro e está mais próxima de 66 dias, em média.

Uma chave para se tornar um novo comportamento em uma rotina, para criar um novo hábito: juntá-lo com outro que já é.

Outro ingrediente fundamental é associar uma recompensa à nova prática que você deseja adotar, no exato momento em que a faz. Isso é aprendizagem associativa.​​​​​


REFERÊNCIAS

Lally, et al., How are habits formed : Modelling habit formation in the real world, Eur. J. Soc. Psychol., 2010.

Kaushalet al., Exercise habit formation in new gym members : A longitudinal study, J. Behav. Med., 2015.

Buyalskaya et al.,What can machine learning teach us about habit formation ? Evidence from exercise and hygiene, PNAS, 2023.

K.L. Milkman et al., Holding the Hunger Games hostage at the gym : An evaluation of temptation bundling, Manage Sci., 2014.

COLAPSO ECONÔMICO E ECOLÓGICO

Estamos diante de um colapso econômico e ecológico. Manter o crescimento do PIB, aumentar o emprego, reduzir as desigualdades e ao mesmo tempo diminuir os impactos ecológicos são desafios impossíveis de serem alcançados a médio e longo prazo.

Mesmo que o PIB alcance temporariamente taxas positivas, não haverá aumento importante do número de empregos. A revolução promovida pela inteligência artificial não absorve mão de obra pouco qualificada. O crescimento econômico é, e seguirá benéfico apenas para um pequeno número de pessoas tecnicamente capacitadas.

Em que pese o fato de que o mundo jamais tenha produzido e consumido tantos bens e serviços, a concentração de renda verificada nas mãos de uma minoria aumentou nas últimas décadas, desde o predomínio das políticas neoliberais aplicadas há quatro décadas. O processo de substituição do trabalho humano por máquinas segue sua trajetória ascendente – o aumento da produtividade tendo como contrapartida a redução do emprego. E as máquinas necessitam de energia fóssil para funcionar. Em torno do que é produzido e consumido no mundo depende de 85% de energias fósseis para funcionar (carvão, petróleo, gás natural). E o valor agregado gerado por estas máquinas e robôs usados na produção e consumo é apropriado pelos detentores do capital. Segundo a Oxfam International, em torno de 80% da riqueza do planeta é apropriada por 1% da população mundial.

O crescimento do PIB causa a degradação do meio natural, intensifica os danos das atividades de humanas de produção e consumo sobre a atmosfera, hidrosfera, litosfera e sobretudo sobre a biosfera, um verniz que envolve a Terra onde a vida prospera. Em consequência do consumo de energias fósseis e de matérias primas. Não há como desacoplar, ou dissociar, o crescimento do PIB dos danos causados a meio natural. O crescimento do PIB significa aumentar o número de máquinas que se nutrem de energia e matérias primas. A quantidade de energia contida em um litro de petróleo, ao ser usada em máquina, substitui o trabalho de um homem durante 100 dias.

Assim, o crescimento do PIB não soluciona o problema do emprego, a distribuição de renda e tampouco a crise ecológica.

Seguir neste caminho significa levar a humanidade ao colapso através de uma crise ecológica sem precedentes: elevar a temperatura média acima de 2ºC em meados deste século (2050), perda de biodiversidade e esgotamento dos recursos naturais. Comprometer as condições de habitabilidade dos seres humanos sobre a face da Terra, bem como dos demais viventes não-humanos.

Que fazer diante desta catástrofe, deste colapso econômico e ecológico, que já está em curso no nosso cotidiano? É uma questão que resta aberta e sobre a qual ainda não temos uma solução pronta. Um caminho a ser construído com urgência.


(*) Tomás Togni Tarquinio.

Antropólogo pela Universidade de Paris VII, pós graduado em Prospectiva Ambiental pela EHESS. Ex-diretor de estudos no GERPA, CREDOC. Consultor América Latina e Europa. Membro do Institut Momentum.