Durante o Fórum Being One, que aconteceu em Madri em maio de 2017, Gregg Braden fez uma intervenção absolutamente incrível. Eu já conhecia esse homem, e sabia da sua capacidade em reunir a ciência moderna e as práticas espirituais seculares, como o xamanismo, o budismo ou a medicina chinesa. Eu realmente aprendi muita coisa sobre evolução do homem, do coração e do cérebro durante sua palestra. Eu percebi que a ciência moderna estava finalmente provando tudo o que eu havia aprendido durante meus estudos sobre a medicina chinesa e durante minhas várias práticas espirituais.
Quem é Gregg Braden?
Gregg Braden é geólogo e cientista da computação de alto nível, projetista de sistemas de computador na indústria aeroespacial. Cientista e visionário, ele decidiu abandonar o emprego para se dedicar às pesquisas sobre possíveis soluções para os grandes desafios deste mundo. Ele viajou por diversos continentes indo ao encontro de várias culturas tradicionais, particularmente no Egito, América do Norte e do Sul. Tornou-se assim um especialista em tradições ancestrais e conseguiu trazer à tona as ligações entre elas e as descobertas científicas modernas. Isso com um propósito: permitir que todos descubram quem realmente são e, assim, mudem seu modo de vida. E isso, nos dias atuais, é absolutamente necessário e urgente, para podermos passar por todas as mudanças que o mundo foi submetido ao longo dessas últimas décadas.
Trechos da conferência de Gregg Braden de 12 de maio de 2017
“Hoje vivemos em um mundo que separa coisas e seres. E essa é a principal razão pela qual o mundo está tão desequilibrado. Vivemos uma época de extremos. Grandes mudanças estão ocorrendo em todos os níveis para todos e para tudo o que existe. Novos caminhos estão se abrindo. E está acontecendo muito mais rápido do que estamos preparados para aceitar. (…) E não existe um manual que nos ajude a entender e saber o que fazer, como agir, que decisões tomar, etc. Um novo mundo está surgindo e com ele uma nova forma de pensar. Agora é a hora de fazer escolhas para que possamos acompanhar a mudança e não se parecer mais com o antigo mundo.”
“Quem sou eu ? Esta é a pergunta colocada ao ser humano por todas as tradições do mundo há milênios para que percebam que fazem parte de um todo. A ciência moderna tem apenas 300 anos e também tenta responder a essa pergunta. Mas até alguns anos atrás, a história que ela nos contava era muito diferente. Ela separava as coisas colocando-as em caixas. Mas hoje há uma nova versão: o átomo é energia. Tudo é energia no universo (exatamente o que a medicina chinesa vem dizendo há 5000 anos). Nossa visão do mundo e do universo está completamente transformada! Todas as coisas nos aparecem agora como estando conectadas umas as outras.”
Dê uma olhada nas fotos do espaço tiradas pelos telescópios Hubble e Chandra e publicadas pela NASA.
“Nós pensávamos e ainda pensamos atualmente que estamos separados quando na realidade estamos todos conectados. O campo eletromagnético de cada ser humano parte de seu coração e ultrapassa o corpo físico em pelo menos 1 metro. Estamos, portanto, permanentemente conectados de coração a coração com todas as pessoas ao nosso redor.”
“Em 1991, o Dr. J. Andrew Armour descobriu que nosso coração contém 40.000 neurônios que funcionam de uma maneira muito específica: como um cérebro dentro de nosso coração, independente do cérebro que temos dentro de nosso crânio. Este cérebro intracardíaco aprende, se recorda, sente, experimenta emoções e dá sentido às coisas. Nossos 2 cérebros podem funcionar separadamente. E isso é o que a maioria de nós vivência. E é isso que cria a sensação de separação, luta e conflito em nossas vidas e coloca o mundo ao nosso redor no estado em que ele está hoje. Mas nossos 2 cérebros também podem trabalhar juntos! Se harmonizarmos dentro de nós as diferentes formas de consciência:
- Teremos sempre acesso às nossas intuições profundas de forma clara e permanente;
- Teremos acesso a mais longevidade;
- Seremos capazes de aprender de uma forma extremamente mais eficiente;
- Seremos capazes de ver muito à frente e modificar nosso comportamento de acordo com o que vemos;
- Nós aumentaremos as capacidades de nossas reações químicas corporais;
- Estaremos menos sujeitos ao estresse porque ele não terá mais impacto sobre nós;
- Seremos capazes de nos comunicar com todas as formas de vida, não com palavras, mas com nossas emoções.
“Imagine o que 7 bilhões de seres humanos poderiam realizar juntos!”
“A conversa entre nosso coração e nosso cérebro é favorizada por sentimentos mais serenos e pensamentos mais positivos do que aqueles que estamos acostumados a sentir: apreço, compaixão, gratidão, benevolência para consigo mesmo e para com os outros seres vivos. Podemos e devemos mudar isso”.
“Existe uma técnica de meditação que envolve tocar seu coração com bondade e benevolência. É uma técnica praticada por todas as tradições espirituais do mundo. Ela ativa a conexão com o nosso coração. Apenas alguns minutos são suficientes e as células do nosso corpo continuam a se beneficiar dessa prática pelas 6 horas seguintes!
- Feche os olhos e vá ao interior de si mesmo, no seu mundo interior. Ponha a mão no coração.
- Respire de maneira regular. Deixe sua inspiração se tornar igual à sua expiração. Deixe a sensação de segurança se instalar em você.
- Sinta e acolha o que vem do seu coração. Você dá a ele a oportunidade de se expressar.
Nosso corpo interpreta a harmonia entre nosso cérebro e nosso coração como sendo amor dado a ele.”
Conclusão
A meditação do coração praticada com benevolência para consigo mesmo, portanto, nos permite ver verdadeiramente o que está dentro de nós e quem realmente somos. Também nos permite encontrar equilíbrio e harmonia com nós mesmos e com o mundo ao nosso redor. Isso é exatamente o que a medicina chinesa vem ensinando há milênios e o que eu escolhi compartilhar com vocês agora.
Ouça o seu coração, e permita que ele entre em coerência com o seu cérebro.
Fonte: Gregg Braden