Uma verdadeira dança celestial, as auroras boreais são um fenômeno natural tão poderoso que pode mudar nossas vidas, nós, humildes terráqueos! Elas nos levam aos confins do mundo, e nos dão um raro e magnífico vislumbre do universo infinito do qual representamos apenas uma parte muito pequena.
Testemunhar uma aurora polar, esse fenômeno hipnótico da luz celeste causado pelas “rajadas” de vento solar que atingem a Terra e chamado de aurora boreal no hemisfério norte e aurora austral no hemisfério sul, continua sendo um sonho para muitos de nós.
Para aqueles que não têm a oportunidade ou os meios de se tornarem caçadores da aurora boreal, nós compilamos algumas imagens impressionantes do incrível espetáculo que ocorre todos os invernos nos céus do Extremo Norte.
VIAGEM EM IMAGENS: O EXTREMO NORTE E A AURORA BOREAL
A aurora boreal é causada pela interação entre partículas eletrificadas que vêm do sol (ou vento solar) e os átomos na atmosfera terrestre.
Aurora era uma deusa romana. E, nas histórias romanas, Aurora renovava-se todas as manhãs ao amanhecer e voava pelos céus anunciando a chegada do amanhecer. Por isso o termo Aurora tem sido atribuído a esses fenômenos, uma vez que essas luzes no céu se assemelham à primeira luz do dia.
COMO SÃO CRIADAS AS AURORAS BOREAIS?
As partículas solares carregadas de elétrons “excitam” (ou ionizam) os átomos nas camadas superiores da atmosfera situadas próximo do Polo Norte. Quando elas retornam ao seu estado normal, elas emitem um fóton, que gera luz cuja cor varia de acordo com a altitude em que o fenômeno físico ocorre.
Nosso planeta não é o único a ter o privilégio de dar origem às auroras polares. Também os encontramos em Júpiter e nos seus satélites (especialmente Io e Ganimedes), e em Saturno. Porque para gerar as Auroras, os planetas ou os seus satélites não necessitam de uma atmosfera densa, mas eles devem emitir um campo magnético poderoso.
AS CORES DAS AURORAS BOREAIS
Uma aurora polar (aurora boreal ou aurora austral) produz, entre 80 e 500 km de altitude, no céu, uma luz predominantemente verde. Acima deste verde (maior altitude), a cor também pode variar: azul claro, amarelo ou, mais frequentemente, roxo/vermelho durante auroras muito intensas. As diferentes cores estão ligadas aos gases presentes na altitude.
O nitrogênio e o oxigênio que constituem nossa atmosfera são a origem dessas cores. A luz e as cores verdes brilhantes surgem depois que os elétrons dos ventos solares colidem com os átomos de oxigênio.
O APARECIMENTO DA AURORA BOREAL
As auroras polares podem adotar uma morfologia variada, influenciada pelo grau de atividade solar. Elas podem ser difusas ou concentradas, lentas ou muito rápidas, dançando, deslizando, elas são todas diferentes: a aparência mais comum é a de um arco curvo e estático, mas também aparecem na forma de nuvens largas, véus brilhantes, coroas móveis ou cortinas com raios longos e largos.
Sua intensidade é variável: quando muito fracas, elas podem ser invisíveis a olho nu, mas acabam deixando vestígios em uma fotografia de longa exposição. Quando muito poderosas, elas iluminam o céu e as paisagens brancas de neve. Vistas do espaço, as atividades aurorais podem formar uma única cortina que circunda a Terra.
A EMOÇÃO DOS CAÇADORES DE AURORAS BOREAIS
O relatório de uma expedição ao leste da Sibéria em 1865 descreve uma aurora boreal nestes termos poéticos:
“Todo o universo parecia estar em fogo. Um imenso arco composto pelas cores brilhantes do prisma atravessou a abóbada celeste, de leste a oeste – como um arco-íris gigantesco – com uma longa franja de fios vermelhos carmesim e amarelos que se estendiam da borda convexa – paralelos ao arco – ergueu-se subitamente no lado norte do horizonte e subiu ao seu zênite – em intervalos de um ou dois segundos – faixas largas – e os céus com uma majestade pronta e constante – como longos rompedores de luz fosforescente – derramada no oceano do espaço sem limites.”
O MISTERIOSO SOM DAS AURORAS BOREAIS
Observadores relatam ouvir sons de arcos elétricos, de leves crepitações durante as auroras mais fortes.
Esses ruídos são provavelmente causados pelas partículas energéticas do sol que criam a aurora boreal, lá longe, no céu: a perturbação geomagnética que elas geram parece produzir sons muito mais próximos da Terra, especialmente quando o campo elétrico é de pelo menos 1.500 volts por metro.
QUANDO E ONDE OBSERVAR AS AURORAS BOREAIS?
A intensidade das auroras boreais depende da atividade solar, que segue um ciclo de, pelo menos, 11 anos. Mesmo que o “máximo solar” tenha sido atingido em 2014-2015, a atividade solar ainda é bastante sustentada, o que torna possível contemplar esses fenômenos naturais a cada inverno.
As auroras boreais podem ser vistas em países próximos ao Círculo Polar Ártico: Islândia, Suécia, Finlândia, Noruega, Rússia, Groenlândia, Canadá, Alasca. Elas ocorrem principalmente entre 21h e 1h, mas podem durar toda a noite.